No ambiente tribal
Dos Maués, tinha um casal
Com desejo especial
De possuir um herdeiro
Deus Tupã foi invocado
A ele solicitado
Que ali fosse gerado
O seu futuro guerreiro
Vendo neles a bondade
A citada divindade
Atendeu sua vontade
Nascendo lindo menino
Cresceu bom, com alegria
Saudável, tinha energia
Todo mundo nele via
Grande chefe por destino
Deus do Mal, Jurupari
Com inveja do guri
Quis tirar ele dali
Maldade foi concebida
Transformou-se em serpente
Na floresta, de repente
Tocaiou o inocente
E tirou a sua vida
Já chegava a escuridão
Cheios de preocupação
Aperto no coração
Os pais e a tribo inteira
Procuravam com esperança
A verdade vem qual lança
Vendo o corpo da criança
Foi geral a choradeira
Vieram nesse momento
Clareando o firmamento
Raios e trovejamento
Numa grande intensidade
Assustava aquela imagem
A mãe fala, na passagem
É Tupã... Manda mensagem
Por meio da tempestade
Para a aldeia ser feliz
Precisamos, ela diz
Os olhos do meu petiz
Neste solo enterrar
Fazendo dessa maneira
Segundo Tupã requeira
Brotará uma fruteira
Com certeza, no lugar
Insertos naquele chão
Esses olhos em questão
Depois da germinação
Fizeram surgir por lá
A planta tão afamada
Com semente assemelhada
C'o globo ocular, moçada
Nosso belo guaraná
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