Numa tribo certa vez
Ocorreu a gravidez
Da filha de um cacique
Sendo ela não casada
De pronto, é interpelada
Para que ao pai se explique
"Com ninguém tive contato
Nunca pratiquei o ato"
Insistia a indiazinha
Pro seu pai era maldita
Pois nela não acredita
Que sina a da pobrezinha
Um sonho o chefe tem
Uma voz a ele vem:
"Na filha creia, meu caro"
Transcorrida a gestação
É menina, que emoção
O bebê branquinho, claro
O espanto foi geral
Porque era especial
De cor incomum ali
Pr'aquele bebê nascido
Um nome foi escolhido
Batizaram de Mani
Já era muita surpresa
A pele alva, pureza
Que a neném apresentava
Não bastasse, já sabia
Caminhar, quando nascia
Ademais, também falava
Ainda com tenra idade
Ano e pouco, que maldade
Aquela pobre inocente
Sem doença, sem razão
Prostrou-se naquele chão
E dormiu eternamente
Uma morte fulminante
Sem aviso, num instante
Para aldeia grande abalo
Na própria oca enterrada
Seu sepulcro a mãe amada
Todo dia ia regá-lo
Algum tempo se passou
No dito lugar brotou
Vegetal desconhecido
Aquela terra escavaram
Contudo não encontraram
O corpo do ser querido
De novo, a tribo se espanta
Raízes grossas da planta
Naquele solo surgiram
Por fora casca marrom
Miolo de branco tom
Assustados, ele viram
Cozinharam as raízes
E, provando, bem felizes
Bradaram: "isso é presente
Por Tupã foi enviado
Merece ser celebrado
Pois mata a fome da gente"
A homenagem foi feita
A menininha a eleita
Sua memória se enfoca
Na oca a raiz nasceu
Dessa forma recebeu
Este nome: "Manioca"
Fonte da imagem: http://historiaemdestaquetp.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário