E de todo o teu furor
Quero ser, ó Pai, poupado
Tuas flechas me encontraram
Em mim elas se cravaram
A tua mão tem pesado
Padeço na tua fúria
Carne e osso são penúria
Meu pecado é a razão
Ante à minha iniquidade
Não há possibilidade
De suportar a pressão
Por causa dessa loucura
Pras chagas não tenho cura
Estão podres, purulentas
Meu Deus, eu só tenho andado
Abatido e encurvado
Lamentando essas tormentas
Os ombros ardem bastante
Meu coração suplicante
Não tem mais tranquilidade
Diante do Pai eu choro
Suspirando a ti, imploro
Não me escondo da verdade
Meu peito se movimenta
A força de mim se ausenta
Falta aos olhos fulgurância
Meus parentes e amigos
Notando as chagas, castigos
Agora estão à distância
Os que desejam má sorte
Procuram a minha morte
Armando seus laços vis
C'o que dizem não me aturdo
Me faço de mudo e surdo
Enfrentar assim eu quis
Por ti, meu Senhor, espero
O meu desejo sincero
É ter a tua resposta
Aguardando ser ouvido
Não quero ficar perdido
Contra quem de mim não gosta
Está perto o meu tropeço
Cheio de dor permaneço
Sofrendo, Senhor da luz
Muita falha em mim existe
Pecado me deixa triste
Amargura me conduz
Tenho inimigos robustos
Muitos deles são injustos
Sem motivo algum me odeiam
Na senda do bem eu ando
Os que estão me observando
Nos campos do mal passeiam
Seja em quaisquer lugares
Senhor, não me desampares
Estendas sempre tua mão
Meus suplícios são as senhas
Em meu auxílio, Pai venhas
Em ti tenho a salvação
* Versão em cordel
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