Lá no Acre foi nascido
Esse bravo brasileiro
Lutador tão destemido
Um valente seringueiro
Defensor da natureza
Padeceu, que malvadeza!
Pelas mãos d'um fazendeiro
Inda novo era mateiro
Garoto batalhador
Trabalhava o dia inteiro
Junto com seu genitor
Metido no matagal
Tirava do seringal
Seu sustento, com labor
Onde era morador
Escola não existia
Lá não tinha professor
As letras não conhecia
Por causa da imposição
Do intransigente patrão
Que estudo não permitia
Chico só aprenderia
Aos vinte anos a ler
Já adulto entenderia
As palavras, pode crer
Apesar da vida dura
Foi persistente figura
Que lutou para vencer
Muito tocado por ver
Dentro daquela floresta
Povo humilde a sofrer
Ele disse "a hora é esta"
Nascia uma liderança
Junto com a esperança
D'uma gente tão honesta
Para enfrentar de testa
Os cruéis devastadores
De denodo ele se infesta
E peita tais opressores
Apesar das reprimendas
De alguns donos de fazendas
Toma para si as dores
Seus gritos e seus valores
Pelo mundo ecoaram
Assim, outros protetores
A ele, então, se juntaram
Devido esse desagrado
C'os caras ficou marcado
Raivosos, se revoltaram
O ódio que cultivaram
C'o tempo só aumentou
Pois logo eles notaram
Que Chico se transformou
Num grande sindicalista
Amigo do extrativista
E que nunca refugou
Pra política entrou
Edil, até torturado
A verve não esfriou
Discurso não foi mudado
Queria a preservação
Caso houvesse exploração
Fosse algo sustentado
Nunca arrefeceu seu brado
Fez fama internacional
Foi até condecorado
Era um cabra especial
Contudo, incomodava
C'as ideias que pregava
Queriam ver seu final
Enfim, as forças do mal
Conseguiram seu intento
Diante d'um marginal
Tão frio e sanguinolento
Na porta do próprio lar
Viveu antes de tombar
Seu derradeiro momento
Que triste acontecimento
Foi grande a consternação
Bandeira do movimento
Ali, prostrada no chão
No entanto, seus ideais
Não irão morrer, jamais
Na mente desta Nação
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