Quando a turma de Cabral
Fez o tal "descobrimento"
Deu de cara c'os silvícolas
Sem roupas, com tudo ao vento
As índias belas, peladas
Logo, foram desejadas
Foi grande o encantamento
Ocorreu envolvimento
Nativos com europeu
Da mistura desses povos
O mestiço decorreu
Índio e branco, vuco-vuco
O caboclo ou mameluco
Em nove meses nasceu
Depois dum tempo se deu
A vinda dos africanos
Pra serem escravizados
Quão infames esses planos
Surgia outro personagem
Pra fazer a mestiçagem
Com índios e lusitanos
Entre dois grupos humanos
Inevitável contato
Resultou noutro mestiço
Do que neste instante trato
Branco e negro deram vez
Após finda a gravidez
Ao conhecido mulato
Aprendiz de literato
Estrofe nova produzo
Pra falar doutra figura
Do verso vou fazer uso
No cordel educativo
Tem africano e nativo
Negro e índio dá cafuzo
Assim, falo do intruso
Do selvagem, do escravo
Quero ver se desse jeito
Duma forma fácil gravo
Abordar essa mistura
Dentro da literatura
Tenho como pretensão
Espero não ser maçante
Eis o trio resultante
Da tal miscigenação
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