Onde hoje Belém está
Lá nas terras do Pará
Uma tribo existia
Era muito numerosa
Portanto, vida penosa
Naquele local se via
Passavam grande tormento
Porquanto seu alimento
Estava ficando escasso
O cacique preocupado
Ante o quadro desenhado
Diz: agora o que eu faço?
Por ser chefe não se esquiva
Não vendo outra alternativa
Ele toma a decisão:
Crianças ali nascidas
Perderiam suas vidas
Freando a população
Continuava a matança
Sacrifício de criança
Tornou-se cruel rotina
Pra que a norma se aplique
Mesmo a filha do cacique
Perdeu, morta, uma menina
Iaçã, a moça dita
Bem desesperada, aflita
Chorava dia após dia
Um tempo ficou reclusa
Numa tristeza profusa
Da tenda ela não saía
Em oração, fez um pleito
Pro seu pai ver outro jeito
De dar ao seu povo ajuda
Ao deus dos deuses, Tupã
Pediu bastante Iaçã
Que a divindade acuda
Numa noite enluarada
Iaçã, fica espantada
Escuta uma choradeira
A índia se maravilha
Ao notar que é sua filha
Embaixo duma palmeira
Apressou, então, seu passo
Correu e deu um abraço
O bebê some, porém
Sem nada que a conforte
Ela chora até a morte
Querendo sua neném
Seu corpo foi encontrado
Em tal árvore abraçado
Com sorriso reluzente
Seu olhar não tinha luto
Mirava, brilhando, o fruto
Da palmeira imponente
Frutinhos escurecidos
Pelos índios são colhidos
Foi amassado tudinho
Depois do processo findo
Notam que está surgindo
Um bem consistente vinho
Homenagem logo feita
Iaçã foi a eleita
Pelo cacique Itaki
Ao líquido conseguido
O nome dela invertido:
Batizou-se de açaí
Sendo alimento tribal
Açaí deu, afinal
Cabo àquela mortandade
Sacrifício de inocente
Foi suspenso prontamente
Imperou felicidade
Fonte da imagem: http://www.infoescola.com
me senti Homenageada ,Primo. Coisa mais bela. Venha hora dessas por essas bandas tomar um açaí com tapioca. Beijos da Prima aqui do Pará.
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