Poeta é um riso falso
Poeta inventa percalço
Poeta é choro irreal
Poeta conquistas cria
Poeta forja alegria
Poeta é dor virtual
Celebra triunfo tido
Lamenta revés sofrido
Canta amigo, canta algoz
Quando a solidão aperta
Quando a vida o amor oferta
Usa as letras como voz
Sua mente é grande mina
O que aflige, o que fascina
Em versos ele traduz
Seja fantasia ou fato
Se o sujeito é literato
Em um texto reproduz
Das mazelas da saudade
Gozos de felicidade
Sentidos, imaginados
Fala ao mundo o menestrel
Numa tela ou no papel
São por ele retratados
Ao cantar, sempre se esmera
As flores da primavera
Do verão, dourados laços
D'outono, seca folhagem
Noites calmas de friagem
Magistrais são os seus traços
Sobre a noite enluarada
Sobre a insone madrugada
Sobre o céu azul, cinzento
Sobre estrelas cintilantes
Sobre dias escaldantes
Recai todo o seu talento
Exaltando a natureza
Aborda a fina beleza
Do agreste, do sertão
Cerrado, campo, Amazônia
Litoral, sem parcimônia
São fonte de inspiração
D'um jardim toda verdura
Das rosas, olor, candura
Nasce, lindo, seu poema
Verte cores e perfumes
Opacidades e lumes
Numa estrofe, sem problema
Atingindo os corações
Suscitando as emoções
Verdadeiro ou fingidor
Dessa verve criativa
Divinamente deriva
Uma obra de primor
Difunde nossa cultura
Joias da literatura
Com brilhantismo constrói
S'encantar é o seu "fardo"
Satisfeito, aceita o bardo
Eis as faces desse herói
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