quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O BRASIL NAS COPAS DO MUNDO

Em trinta se organizou
O primeiro mundial
O Brasil foi muito mal
Os melhores não levou
Somente um jogo ganhou
Caiu na fase primeira
Uruguai não deu bobeira
Como era anfitrião
Da Copa foi campeão
Para nossa choradeira

Novamente desfalcado
Em solo italiano
Trinta e quatro foi o ano
Um duelo foi jogado
Time desclassificado
Volta pra casa mais cedo
Quem ganhou? Não tem segredo
Itália, dona da casa
Manda muito bem, arrasa
Em todos botando medo

Trinta e oito lá na França
Força máxima, enfim
O Brasil n'era ruim
De ganhar tinha esperança
Pois jogava tal qual dança
Na semifinal, porém
Foi perder, sabem pra quem?
Itália... campeã de novo
Consolo pro nosso povo
Terceiro lugar foi bem

Guerras e nazismo, pois
Com tão execráveis lutas
Suspenderam as disputas
Não teve em quarenta e dois
Em quarenta e seis depois
Também não houve torneio
Mas aí cinquenta veio
Maraca, duzentos mil
Na final, nosso Brasil
Do Uruguai levou vareio

Depois daquela agonia
Cinquenta e quatro, Suíca
O time bem que se atiça
Quartas-de-final, Hungria
Vencê-los, ah não daria!
Qualidade era tamanha
Se esforça, mas só apanha
Ao melhor não resistiu
Em sexto, só assistiu
Ir a Copa pra Alemanha

Cinquenta e oito encantamos
E vimos surgir um Rei
Ganhar era nossa lei
Lindo futebol jogamos
O troféu nós conquistamos
Final, uma goleada
Suécia, pobre coitada
Em casa, que humilhante
Sucumbiu ao tão brilhante
Futebol dessa moçada

Em sessenta e dois, que pena
O Pelé sem piedade
Foi caçado. Que maldade!
Teve que sair de cena
Naquela Copa chilena
O temor era profundo
Mas a equipe d'outro mundo
Parecia não-terráquea
Bateu a Tchecoslováquia
Trouxe o título segundo

Após a dupla conquista
Nosso escrete arrefeceu
Em sessenta e seis perdeu
Mesmo sendo otimista
Nem foi quadrifinalista
Não chegou ao fim da linha
Portugal, coisa chatinha
Nossa caminhada emperra
A Taça é da Inglaterra
Lá na Terra da Rainha

Quase a mesma seleção
Foi ao México, em setenta
Rumo à glória tão sedenta
Formidável geração
Encantou esse mundão
Bem depois disso nasci
Assistindo ao vídeo, ri
A Itália na ciranda
Enfrentar a nós, quem manda?!
Foi tão lindo aquele Tri

E voltando a ser jogada
Nos gramados da Europa
Em setenta e quatro a Copa
Na Alemanha disputada
A Holanda, essa malvada
Tirou do Brasil a chance
Evitando que alcance
A sonhada decisão
Porém, fez o alemão
Muita festa, lance a lance

Na Copa que a Argentina
Em setenta e oito fez
A fraude é que teve vez?
Eita, América Latina
No saldo de gols, que sina
O Brasil perdeu a vaga
Revoltado, viu a saga
Da vitória dos hermanos
Ruminou por vários anos
Tomar seis, Peru, que praga!

Foi em terra espanhola
Em oitenta e dois, que azar
Vimos o país mostrar
Porque é a grande escola
O sumo d'arte da bola
Parecia invencível
Mas aconteceu... Incrível!
Campeã surpreendente
A Itália tirou a gente
Mas que lembrancinha horrível

Em oitenta e seis, a sede
Pela Fifa repetida
No México, acolhida
Seleção as forças mede
Contra França, porém cede
Bola em jogo, só empata
Era, então, um mata-mata
Perdeu com bola na cal
Foi nas quartas-de-final
Argentina, bi, gaiata

Adotando novo esquema
Na Itália, em noventa
Nosso time não aguenta
Os hermanos, que problema
Usaram estratagema
Dando água bem suspeita
Eis que nosso Branco aceita
Pro Caniggia fazer festa
Mas foi campeã, modesta
Alemanha, satisfeita

Noventa e quatro, que bom
Na América do Norte
Para nós sorriu a sorte
Aliou-se ao nosso dom
Pois não saímos do tom
O tetra foi construído
Um empate bem sofrido
Tio Sam presenciou
Viu o Baggio que chorou
Pelo pênalti perdido

Da copa da convulsão
Do Fenômeno na França
Quão amarga é a lembrança
Que infeliz decisão
Brasil vice-campeão
Em noventa e oito, sim
Mas Ronaldo viu seu fim?
Essa pergunta ficou
O Zidane comandou
Os franceses. Foi assim

Dois mil e dois, nova ideia
Foi posta, então, em prática
E na copa asiática
Do Japão e da Coreia
Foi escrita a epopeia
D'um Brasil agora penta
Sem rival, vai, arrebenta
Consolida hegemonia
Quem agora igualaria
Essa seleção "marrenta"?

De dois mil e seis, eu falo
Com tristeza, certamente
Inda está na minha mente
França, nosso eterno calo
Que mandou logo pro ralo
Toda fé do torcedor
Quem provou, porém, valor?
A Itália (é de chegada)
Com o tetra laureada
Na Alemanha, sim senhor

* Escrito antes da Copa/2010

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