quinta-feira, 11 de novembro de 2010

DUPLA JORNADA

Desde cedo educada
Para da casa cuidar
Atender à criançada
Deixar arrumado o lar
Não bastasse esse tormento
Pra ajudar no orçamento
Tem que fora trabalhar

Os filhos vão estudar
E por ela são vestidos
Precisam se alimentar
Pra ficarem bem nutridos
Comida, então, prepara
Guerreira, forte, não pára
Aplausos são merecidos

Os cômodos remexidos
Bagunça em demasia
Brinquedos no chão caídos
Louça entulhada na pia
Mas encara, não se queixa
Por fazer nada ela deixa
Assim é seu dia-a-dia

Por vezes não se elogia
A sua tenacidade
A dor ela desafia
Enfrenta adversidade
Não sabe o que é preguiça
Mas lida com a injustiça
Das críticas, que maldade!

Faz tudo com qualidade
E amor no coração
A sua capacidade
Eu não vou questionar, não
Pois a compra da semana
Ou do mês, conforme a grana
É sua atribuição


'Inda' vem o maridão
Exigir de sua amada
Um pouco de atenção
E a dama extenuada
Apesar do tal cansaço
Dá-lhe beijo e abraço
E sem reclamar de nada

Eis metade da jornada
Que se vê ela cumprir
Agora, como empregada
Na empresa vai ouvir
Prazo, relatório, meta
Planilha toda correta
Ela tem que produzir

Clientes a seduzir
Produtos desenvolvendo
Para a venda não cair
Estratégias concebendo
Na busca por resultados
Os passos bem planejados
As conjunturas prevendo

Desse jeito vai vivendo
Uma mulher dividida
Pra lá e pra cá correndo
Em sua dobrada lida
Esse ser tão formidável
É demais admirável
Porque leva assim a vida

Criatura tão querida
Não vou ficar satisfeito
Se deixá-la esquecida
Isso nunca foi direito
Esta singela mensagem
Contém a dupla homenagem
Aceite o sincero preito

Nenhum comentário:

Postar um comentário