terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SALOMÃO E AS DUAS MÃES

Nas paragens de Israel
O rei dito Salomão
Recebeu duas senhoras
Numa dada ocasião
Eram elas meretrizes
De certo modo infelizes
Por causa duma questão

Expondo sua aflição
Uma fala do ocorrido:
"Nós duas moramos juntas
Um filho meu foi nascido
Três dias após meu parto
Nasceu ali noutro quarto
O filho dela querido"

"Essa aí tinha dormido
Sobre o corpo do neném
Matando a tenra criança
Depois, sorrateira, vem
Tira o filho do meu lado
Pelo seu, morto, é trocado
Pudor algum ela tem"

"Despertei, só vi, porém
Um bebezinho sem vida
Constatei não ser aquela
Minha criança parida
Disse à outra: 'não é meu
Foi o teu que faleceu'
Mas negou essa bandida"

Essa história foi ouvida
Pelo rei tão sapiente
Eis um dilema instaurado
Bem ali na sua frente
Ele pede uma espada
Ordem, de pronto, acatada
A decisão é premente

"Como nenhuma consente
Em entregar o menino
Vou resolver a contenda
Dessa forma determino:
Ele cortemos ao meio
Pra cessar o aperreio
Recomenda, pois, o tino"

"Metade do pequenino
Ficará com uma dama
Segunda parte, portanto
Para a outra que reclama
Porque procedendo assim
A briga terá um fim
Acabará esse drama"

Provando do amor a chama
Quem era mãe de verdade
Diz ao rei: "não faça isso
Não vejo necessidade"
(Mostra sentir instintivo)
"Entregue o menino vivo
À outra, por piedade"

Não era uma novidade
O que a outra dizia:
"Nenhuma de nós terá
Esse menino algum dia
Dividamos sem vacilo
O disputado pupilo
Conforme o rei anuncia"

Ele, com sabedoria
Fala: "agora estou seguro
Não será morto o menino
Decidi o seu futuro
Será entregue à primeira
A sua mãe verdadeira
Que demonstrou amor puro"

Comprovando ser maduro
E justo por natureza
Salomão foi respeitado
No local e redondeza
Pela sua inteligência
Foi alvo de deferência
Em Israel, com certeza


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Adaptação baseada em 1 REIS 3:16-28

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