quarta-feira, 4 de maio de 2011

O SAPO E A ROSA

Era uma vez uma rosa
Uma flor demais formosa
A mais linda do jardim
Por isso se envaidecia
Muito contente, dizia:
"Todo mundo olha pra mim"

Começando a perceber
Que quem ia ali lhe ver
Ficava sempre distante
Indaga a si, pensativa:
"O que será que motiva
A conduta do passante?"

Deu-se conta certo dia
Era sua companhia
Que afastava a visita
C'o sapo grande ao seu lado
O povo muito assustado
Chegar perto dela evita

Ela nem alonga o papo
Chateada, diz pro sapo:
"Tu terás que ir embora"
O anfíbio entristecido
Humilde, acata o pedido:
"Neste instante, dou o fora"

Há tempos sem ver a flor
O bichinho saltador
Passando pelo local
Vê murcha a pobre coitada
Sem folhas, despetalada
Sem o brilho habitual

"O que aconteceu aqui
Estou com pena de ti
Por que estás assim, amiga?"
"Desde que daqui saíste
A vida tem sido triste
São ataques de formiga"

"Me comeram por inteiro
Foi-se a cor, a luz, o cheiro
Não serei mais como antes
Sou pura desolação
Não chamo mais atenção
De nenhum dos visitantes"

Fala o sapo, seu amigo:
"Quando eu vivia contigo
Devorava todas elas
Tu não foste molestada
Por isso eras destacada
A mais bela dentre as belas"

Eis uma grande lição
Na presente narração:
'Ninguém é superior'
Seja assombroso ou bonito
Está nessa estória dito:
'Cada qual tem seu valor'

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Adaptação de texto recebido por e-mail

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